"Como ousamos subdividir o tempo, como queremos dar às épocas um nome e uma sinalização própria? Assim é. Em tudo há um princípio e uma consumação, na vida, nas coisas do espírito, na criação das grandes ideias, na sua aplicação e desfalecimento. Olhamos como uma lufada faz estremecer as folhas distantes de nós, e sabemos o tempo que demora para sentirmos o vento no próprio rosto. Prevêem-se as trajectórias dos astros e das mensagens do homem e os fenómenos que provocam. De tudo o que passa há um resultado em que se edificam novas leis - nada é fatal."
Agustina Bessa-Luís, A Muralha, Lisboa: Amigos do Livro/TV Guia, 1986, p. 104.
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