"Perco-me entre azuis: o do céu,
o do mar, o dos riachos...
Contra o azul trinam os pássaros
e fazem seus ninhos nas árvores próximas.
Vejo nitidamente as revoadas de pássaros no céu
como se fossem uma nuvem escura.
A natureza escreve dentro dos meus olhos,
dá-me as imagens que levam às palavras.
E nas palavras esconde sons que alguns,
depois, vão adivinhar.
Minha mãe saiu hoje.
Pediu-me que comprasse pão e trouxesse
os ovos das galinhas do campo.
Uma mãe pede, mas recebe muito mais.
O sorriso é como uma luz
que lhe ilumina o rosto.
As suas tarefas fazem-na cantar."
Maria Teresa Dias Furtado, Ofício da água, Braga: Poética Edições, 2022, p. 41.
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