"Um brilho de Verão chegava até mim. Porquê? Procurava recordar-me. Via vespas num raio de sol, o odor das cerejas em cima da mesa, não fui capaz de me recordar. Durante um momento, fui como esses que acordam a meio da noite e não sabem onde estão, tentando orientar o corpo para tomarem consciência do lugar onde se encontram, desconhecendo em que cama, em que casa, em que lugar da Terra, em que ano da sua vida se encontram."
Marcel Proust, Contra Sainte-Beuve, trad. Manuel de Freitas, Lisboa: Imprensa da Universidade de Lisboa, 2021, p. 6.
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