"Acordar, ser na manhã de abril
a brancura desta cerejeira;
arder das folhas à raiz,
dar versos ou florir desta maneira.
Abrir os braços, acolher no ramos
o vento, a luz, ou o que quer que seja;
sentir o tempo, fibra a fibra,
a tecer o coração de uma cereja."
Eugénio de Andrade, "As mãos e os frutos", in Poesia, 2ª ed. revista. Porto: Fundação Eugénio de Andrade, 2005, p. 28.
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